reportagem especial

VÍDEO: sobrevidas em ruído e silêncio, a rotina na maior CTI Covid da região central do Estado

Foto: Renan Mattos (Diário)

O obstetra posiciona o estetoscópio na barriga da mãe. Ele monitora o batimento cardíaco do bebê: um sinal de vida. O atendimento, porém, não é feito em uma maternidade.

No Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Alcides Brum, anexo ao Hospital de Caridade - assim como em outras Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) - um alarme ao lado do leito de internação é acionado quando a pressão de um paciente cai ou sobe muito em relação ao considerado normal. Às 12h05min de 12 de março, o médico Floriano Soeira de Souza Neto ouviu um coração que batia mais forte, acima de 100 BPM. Tudo normal, já que a frequência cardíaca de bebês vai além do padrão de adultos - entre 60 e 100 BPM.

O bebê seguia sua jornada intrauterina ainda sem arbítrio. A mãe dele, uma jovem de 19 anos, não podia comemorar a saúde do filho. Ela estava intubada na unidade 1 do hospital. Ela e outra gestante* integravam os 40 pacientes internados na CTI Covid, com capacidade de 41 leitos. O número varia conforme as altas, transferências e mortes. O perfil dos internados, que nos primeiros meses de pandemia foi figurado por idosos e pessoas com comorbidades, também tem variado e pego de surpresa profissionais da saúde.

ESCALADA

A área do Alcides Brum inaugurou 10 leitos em CTI para pacientes com sintomas da Covid-19 em março de 2020. À época, o boletim epidemiológico da prefeitura indicava um caso, confirmado três dias antes da abertura da chamada "ala Covid". Santa Maria agora está prestes a completar 22 mil infecções. As 10 unidades intensivas do hospital passaram a 41.

A pandemia, que já aniversariou no mundo, no país e no Estado, completa um ano em Santa Maria. O enredo pode parecer semelhante. Entretanto, essa história é pior quando recontada. Ora ganha ruídos, que gritam no som artificial de respiração vindo de ventilador, nas rodas de macas e nos bipes de monitoramento, ora se perde em despedidas silenciosas pelos leitos e corredores.

Um ano depois de o coronavírus chegar na cidade, o sistema de saúde ameaça ruir e não dar conta de todos os doentes que necessitam dele. Quem exerce papéis nessa história atua quase como um voluntariado, como se fosse o exercício de salvar a vida de alguém, algo além do seu trabalho. De fato, é. Frustração, nervosismo e exaustão acompanham médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares de limpeza e recepcionistas. A vida e a morte cruzam por eles como trabalhadores passam uns pelos outros de manhã cedo. No último ano, nem sequer uma rotina seguiu a mesma. Não há dificuldade em avaliar que a vida é diferente da pandemia para cá.

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A reportagem do Diário foi conhecer a maior CTI Covid da região central do Estado e cruzar pelas pessoas que vivem as suas vidas - lá dentro e aqui fora - além daquelas internadas que tentam sobreviver à persistência da Covid-19.

*Até a tarde da última sexta-feira, as duas grávidas seguiam internadas. A gestante mencionada nesta reportagem saiu da respiração mecânica, mas perdeu o bebê. Outras duas deram entrada na CTI ao longo da semana


"NÓS FOMOS "ABOCANHANDO" O HOSPITAL", FALA MÉDICO AO REFERIR A URGÊNCIA ESTRUTURAL DIANTE DO AGRAVAMENTO DO CENÁRIO


Foto: Renan Mattos (Diário)

A turma que concluiu o curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 1991 tinha na lista de formandos o ainda aspirante a pneumologista Julio Cesar Sarturi. O médico, hoje com 53 anos, foi de estudante universitário a coordenador do Hospital Alcides Brum, posto assumido desde maio do ano passado, após 20 anos de atuação.

A estrutura ainda contava com os 10 leitos iniciais no começo daquele mês. O agravamento da pandemia foi acompanhado pela expansão do espaço. Sarturi foi quem guiou a reportagem do Diário pelos cinco andares do hospital no dia 12 de março. Ele mostrou que, assim como o coronavírus impôs separações e distanciamento entre as pessoas, paredes tiveram de ser erguidas no prédio gradativamente ampliado.

- Nós fomos "abocanhando" o hospital. Incluímos a unidade 120 do Caridade. Esse aqui é o corredor principal. A espinha dorsal. E olha: bloqueado, bloqueado. Vocês vão ver paredes que foram criadas - disse enquanto apontava para o gesso que agora separava a área do Alcides Brum do principal corredor do Caridade.


O cruzamento de corredores é chamado por Sarturi de "miolo do hospital". Quem o utilizava até 8 de março - quando a nova unidade Covid começou a funcionar - hoje precisa desviar por outros andares. Restou por ali o barulho das macas que passam acima ou abaixo.

CUIDADOS

Sarturi deu a confirmação para a subida da equipe de reportagem e fez a recepção no vestiário, onde é necessário colocar as roupas hospitalares, touca e avental, a chamada paramentação.

Todos os técnicos em enfermagem ainda utilizavam protetores faciais de acrílico.

- Nossos funcionários, quando se contaminam, a maioria é fora da Ala Covid. Difícil se contaminar aqui dentro - observou Sarturi.

O único som do local antes de entrar na CTI era o da fala sobre instruções com o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o toque de celular do médico, que se desdobrava em estender cuidados fora e dentro da unidade intensiva. A didática de como amarrar a última peça do EPI foi interrompida para o pneumologista atender uma ligação.

- Nesse caso, pode ser pior para o paciente... - aconselhava Sarturi, para o outro lado da linha.

No interior da CTI, a primeira parada foi quando o médico apontou para o procedimento de lateralização de pacientes. De cinco a seis profissionais se envolvem na manobra, "menos radical" que a posição prona (quando a pessoa é colocada de bruços). Ambas auxiliam na respiração.


"SE O PACIENTE TE PERGUNTAR SE VAI VOLTAR DAQUELE TUBO, A TUA RESPOSTA É "NÃO SEI"

Foto: Renan Mattos (Diário)

Para os pacientes, um Centro de Tratamento Intensivo pode ser a última chance

- A mortalidade mundial para paciente crítico gira em torno de 30% a 60%. Então, com certeza, tu estás vendo pacientes aqui que não vão sobreviver. Eu tenho a impressão que a nossa mortalidade (em Santa Maria) é uma das mais baixas do Brasil. É que há estatísticas que a gente não consegue em tempo - explicou o pneumologista Julio Cesar Sarturi.

Dois procedimentos envolvem pacientes com dificuldades respiratórias. A traqueostomia, que depende de autorização de familiares, é feita por meio de uma perfuração no pescoço; e a intubação, a qual não é uma opção, e tem caráter de urgência:

- É óbvio que o paciente não tem escolha, porque preciso salvar a vida dele, mas a gente não diz isso, senão tu aumentas a ansiedade. O medo das pessoas é basicamente sofrer e ser intubado e não voltar - diz Sarturi.

A intubação acontece com a pessoa sedada e, portanto, indolor. Já a garantia de acordar não existe.

- A gente nunca mente. Se o paciente te perguntar, diretamente, se vai voltar daquele tubo, a tua resposta é "não sei". É muito difícil. E nós vamos fazer o nosso máximo - garante Sarturi.

O sinal para o "não retorno" é o soar de um alarme em cada leito. É o único barulho que destoa do som ambiente para o médico, adaptado ao ruído da CTI.

- O ciclorrespirador já acostumei. É muito bom quando nenhum está soando - fala, em tom de alívio, pelo cenário "tranquilo" do final daquela manhã.

TÉCNICA E HUMANIDADE

Na mesma sexta-feira, havia um leito livre, e os profissionais, com ritmo de trabalho acelerado, iam de cama em cama sem pausas, mas sob orientação do coordenador Julio Cesar Sarturi, que regia o serviço como um típico maestro. Apesar de tamanha responsabilidade, ele não é tirano no comando da maior CTI Covid da região. Diferente do xará romano, ele mantinha liderança e respeito de modo sutil.

Equipamentos da CTI


Foto: Renan Mattos (Diário)


  • Monitor - Indica frequência cardíaca, pressão arterial, nível de oxigênio no sangue e temperatura
  • Respirador - Mecânico, é o que auxilia no processo de inspiração e expiração do ar do paciente
  • Sondas - Levam medicamentos por via intravenosa e a dieta aos pacientes intubado
  • Máscara facial - é o suporte respiratório não invasivo, alternativa menos radical que a intubação
  • Durante a pandemia, por conta da falta de leitos, a ventilação mecânica tem sido utilizada fora da UTI
  • Também há pessoas que precisam ser intubadas ainda nos pronto-socorros

O COLAPSO GRITA


Foto: Renan Mattos (Diário)

O Alcides Brum foi o primeiro hospital de Santa Maria a receber pacientes com diagnóstico para a Covid-19. Quem dependia do atendimento público, via Sistema Único de Saúde (SUS), só teve acesso ao tratamento intensivo em abril, quando o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) abriu 10 UTIs.

Um ano depois, a situação atual não era imaginada por quem foi responsável pela mobilização do sistema de saúde. Da mesma forma que o cenário atual não era projetado, o diretor técnico do Hospital de Caridade, Luiz Gustavo Thomé, não consegue prever o que vem pela frente:

- Quando eu disse, lá na metade de fevereiro, que a gente tinha a sensação de estar perdendo a guerra, na verdade, não era nada perto do que nós estamos vivenciando agora. Temos de batalhar o dia de hoje - lamentou.

Além da expansão do Alcides Brum, o andamento da pandemia pôs em prática o funcionamento de dois espaços marcados por entraves: o Hospital Regional e a Central de UTIs do Husm. Atualmente, o primeiro conta com 38 e o segundo com 20 leitos de UTI, totalmente destinados a pessoas com coronavírus. A ocupação das UTIs não costuma baixar de 100%, conforme o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES).

SÚPLICA POR AJUDA

Foto: Renan Mattos (Diário)

Buscar um leito livre é tarefa difícil no Alcides Brum. Até mesmo o que seria o bloco cirúrgico virou espaço para UTIs, as quais estão ocupadas. Por lá, é frequente um burburinho de conversas, que só não é maior porque a maioria das pessoas está desacordadas enquanto se fala sobre medicamentos, equipamentos e estado de saúde dos internados.

Já o que os pacientes costumam falar antes da intubação é uma súplica por ajuda, segundo conta o anestesista Mateus Goes, 37 anos, que trabalha na unidade 120.

- Eles pedem por ajuda, não conseguem respirar. É uma falência respiratória que a gente acaba optando pela intubação do paciente. Estamos em uma situação de caos, tá saturado o sistema - comentou, entre atualizações de planilhas no computador e monitoramento de pacientes.

 RISCOS

Foto: Renan Mattos (Diário)

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) aponta que 39,5% dos pacientes com Covid-19 internados em UTI têm menos de 65 anos. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) atenta, desde o começo do ano, para a mudança do perfil de internados e mais jovens com necessidade de internação. Isso destoa de um conhecimento geral da pandemia sobre quem eram os chamados "grupos de riscos" (idosos e pessoas com comorbidades).

Casos em grávidas ilustram as alterações da doença no momento atual.

- Passou para um grupo de risco especial. Semelhante ao H1N1, que, entre as grávidas, tem um desfecho pior. A gente passou a pensar dessa forma aqui em Santa Maria - contou o obstetra Floriano Soeira de Souza Neto, após sair da CTI do Alcides Brum e examinar quadros graves da doença em duas mulheres.

Somente em março, cinco gestantes chegaram a quadros críticos no mesmo hospital, e um parto prematuro precisou ser feito, com 31 semanas.

Por enquanto, gestantes não podem ser vacinadas. Os testes dos imunizantes ainda não concluíram estudos em que esse grupo fizesse parte. Porém, segundo Floriano, a transmissão de mãe para filho no útero é rara.

Na quarta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou o maior colapso sanitário e hospitalar da história, e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde indicam relação que a ideal de leitos de UTI é de 1 a 3 leitos para cada 10 mil habitantes. Atualmente, a proporção é de 5 leitos de UTI a cada 10 mil santa-marienses. Nas últimas semanas, pacientes com Covid têm morrido à espera de leitos de UTI na cidade.


"SOMOS UMA EQUIPE"


Foto: Renan Mattos (Diário)

- Vocês têm que mostrar o serviço de higienização!

A auxiliar de limpeza Carla Medianeira da Silva, 37 anos, encontrou com a reportagem do Diário quando já encerrava seu turno e fez o apelo. Ela iria se desparamentar, tomar banho no hospital e seguir até o ponto de ônibus, de onde parte para casa, no Bairro Nova Santa Marta. Ainda antes de ir embora, contudo, falou sobre seu serviço no Caridade, há dois anos, e no Alcides Brum, desde março de 2020.

- O nosso desafio é tratar bem os pacientes e limpar os quartos. Somos uma equipe, desde os técnicos, enfermeiros, copa, higienização.... - reforçou, mais de uma vez, sobre o organismo que é um hospital.

Carla mora no mesmo terreno que os pais. Na casa dos fundos, tem a companhia de dois filhos, de 13 e 15 anos. "Levar o vírus para casa" é um medo maior que contrair a infecção:

- Quando eu chego do serviço, eu vou direto para minha casa. Evito muito o contato na rua, por causa daqui de dentro. Eu não peguei, porque Deus nos guarda, né? Mas também não tenho medo, a gente tá aqui sujeito a qualquer coisa.

Um lamento de Carla é a falta de consciência da população sobre o agravamento da pandemia. Ela reconhece o momento crítico, mas reitera a dedicação dos colegas:

- Por falta de limpeza, não é.


Foto: Renan Mattos (Diário)


VOZ AMIGA E DOUTORADO EM RECEPTIVIDADE


Foto: Renan Mattos (Diário)

A entrada do Hospital Alcides Brum é pela Rua Floriano Peixoto. Depois de passar o portão, a calçada do estacionamento leva até uma recepção com uma espécie de guarita isolada por vidros. Na manhã de 12 de março, ocupavam o posto os recepcionistas Ulisses Guimarães Piccini, 50 anos, e Luis Fernando Fernandes Martins, 32. Os dois costumam dividir o turno, a não ser quando a escala dos outros quatro recepcionistas interfere. A voz amiga e o tom que os dois transparecem são o oposto à tensão que as paredes do hospital resguardam.

- Ulisses é com i. Com y, é sofisticado. São 28 anos aqui. Vou fechar 29 em setembro, se deixarem - o primeiro brincou.

Quando começou a trabalhar no Caridade, ele tinha 20 anos, em 1992. À época, o jovem, que até então havia trabalhado apenas com regulagem de som automotivo, assumiu a recepção do pronto-socorro.

O que mais o chocou nesse tempo todo fazendo sala aos pacientes foi a época inicial no emprego. Depois dos três primeiros meses, quase abandonou o serviço, mas foi convencido a ficar. O coração, que já aguentou muitas emergências batendo na porta do PS, acusou um golpe a ele mesmo, há cinco anos.

- Tenho (novos) cinco anos de vida. Fiz um procedimento para uma hipertrofia no músculo do coração. Tinha uma arritmia - conta.

Com a abertura do Alcides Brum dedicado à Covid, Ulisses mudou de portaria. A rotina dele também foi alterada, do almoço ao convívio com a mãe:

- Às 11h50min, faço um intervalo e almoço aqui dentro mesmo. É uma doença que não aparece na rua. Tu não vês gente com falta de ar. Tu vais ver aqui. A gente fica assustado. Todo mundo tem família - constatou.

O recepcionista interrompe a conversa quando alguém chega para consulta, visita ou paga o ticket do estacionamento. Em um dos cordiais atendimentos que prestava naquela sexta-feira, foi auxiliar uma mulher a esclarecer onde consultar depois de testar positivo para o coronavírus. Sem demonstrar medo no diagnóstico, Ulisses indicou o caminho. Ele mantém o bom humor mesmo sem esconder o baque que a pandemia lhe causa:

- O que mais me chocou na pandemia, aqui, foi ver criança, gestante?

O recepcionista é um homem constituído pelo contraponto não contraditório de humor e seriedade. Ulisses não é médico, mas compreende que acolhimento e atenção básica poderiam lhe conferir um doutorado em receptividade.


HÁ UM  ANO, PANDEMIA PERSISTE EM RITMO ACELERADO E BRUTAL. RELEMBRE A CRONOLOGIA DOS FATOS


Foto: Renan Mattos (Diário)

  • Março de 2020
     Na noite de 21 de março, a prefeitura confirma o primeiro caso de coronavírus na cidade. No mesmo dia, passaram a valer regras de restrição ao comércio não essencial. No dia 23, começam a funcionar os primeiros leitos para tratar pacientes com Covid. São 45 - 10 de UTI, 15 no bloco cirúrgico e 20 clínicos. Os leitos operam na ala Alcides Brum do Hospital de Caridade. Cidade registra as primeiras internações. Não há disponibilidade de leitos SUS para infectados por coronavírus
  • Abril de 2020
     Hospital Universitário de Santa Maria recebe equipamentos para abrir primeiros 10 leitos de UTI voltados para Covid na rede pública. Leitos entraram em funcionamento no dia 6. No dia 28, passam a funcionar 10 leitos de UTI no Hospital Regional, além de 30 clínicos. Comércio não essencial é reaberto no município no dia 18 com exigências de prevenção, como uso obrigatório de máscara para entrar nos estabelecimentos e horários restritos
  • Maio de 2020
     Em 14 de maio, Santa Maria tem a primeira morte por coronavírus. Vítima é uma idosa de 60 anos. No dia 18, cidade chega a 100 casos confirmados da doença
  • Junho de 2020
     Santa Maria vai para a bandeira vermelha no Modelo do Distanciamento Controlado pela primeira vez, decisão revertida após recurso e inclusão de mais 7 leitos de UTI no Hospital de Caridade
  • Julho de 2020
     Cidade chega a marca de 1 mil casos confirmados de coronavírus. Até então, eram 23 mortes por conta da Covid-19. Husm anunciou a abertura de 5 leitos de UTI exclusivos Covid, e o total foi para 15. No total, entre leitos de UTI Covid e não Covid, Santa Maria tinha 114 no fim do mês. A taxa de ocupação era de 64%
  • Agosto de 2020
     Procura por leitos Covid cresce na cidade. No dia 12, o Hospital de Caridade reativou 10 leitos de UTI por conta da demanda. Taxa de ocupação passou dos 70%. No dia 14, o Hospital Regional recebeu mais 5 leitos de UTI, dos 10 previstos inicialmente. Hospital opera com 15 leitos de UTI e 40 leitos clínicos exclusivos para Covid. Casos de Covid crescem, e mês termina com 1,6 mil casos, o dobro do registrado no mês anterior. Foram 14 mortes em 30 dias
  • Setembro de 2020
     Mês registra o primeiro pico de casos da pandemia, com mais de uma morte por dia (32 no total). São registrados 2,3 mil casos em apenas um mês, e números da pandemia batem recordes. Até o fim do mês, Santa Maria registra um total de 72 mortes por Covid-19. Mais 5 leitos de UTI são abertos no Hospital Regional. Cidade não correu risco de superlotação nos hospitais. Assinada parceria entre Universidade de Oxford e UFSM para Santa Maria receber testes de vacina contra a Covid-19 desenvolvida com a empresa Astrazeneca. Seleção de voluntários começou em 6 de outubro. Mais de mil santa-marienses foram imunizados
  • Outubro de 2020
     Passa a valer a lei de obrigatoriedade do uso de máscara na cidade. Multa de até R$ 568 é prevista para quem descumprir medida. Números da pandemia registram queda em relação ao mês anterior. São 26 mortes pela doença e 700 casos a menos que em setembro
  • Novembro de 2020
     Santa Maria chega a um total de 100 mortes por Covid-19. Entretanto, número de óbitos no mês é o menor desde julho: 12
  • Dezembro de 2020
    Números da Covid-19 disparam na cidade. Mês bate recorde de mortes, com 40, e de casos, com 3,5 mil. Ocupação de leitos de UTI na cidade ultrapassa os 90% em vários momentos. No Hospital de Caridade e no Regional, taxa chegou a 100%. O Regional também habilita mais 10 leitos. Total de casos supera 10 mil. Santa Maria fecha o ano após cinco semanas consecutivas em bandeira vermelha
  • Janeiro de 2021
     Novo recorde de óbitos: 51. No dia 30, cidade chega a 200 mortes totais. São aplicadas as primeiras doses da vacina contra a Covid-19. A farmacêutica Catrine de Souza Machado, 30 anos, e a enfermeira Talissa Farias Arruda, 36 anos, são as primeiras imunizadas na cidade, fora dos testes de de Oxford. Contudo, ritmo de vacinação é lento. Até 12 de março, 18.718 santa-marienses receberam ao menos uma dose do imunizante
  • Fevereiro de 2021
    Situação da pandemia se agrava. Hospitais enfrentam lotação máxima dos leitos de UTI. No dia 27, todas as regiões do Estado entram em bandeira preta, de risco altíssimo de contaminação. Serviços não essenciais tem, novamente, serviço presencial vetado. Hospitais de Santa Maria batem recordes de ocupação
  • Março de 2021
     Santa Maria vive o pior momento da pandemia. Até o dia 14, pelo menos nove pessoas morreram no aguardo por um leito de UTI. Ocupação de leitos beira os 100% na cidade. Município tem 144 leitos de UTI e 181 leitos clínicos. Em ambos os casos, ocupação fica acima de 95%.
EXPEDIENTE
Reportagem - Leonardo Catto
Edição - Pâmela Rubin Matge
Colaboração - Felipe Backes
Fotos - Renan Mattos
Edição de vídeo - Rodrigo Nenê

Foto: Renan Mattos (Diário)



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